Entro e não me acho
Olho e não me vejo
E na interlocução que estabeleço
com um eu outro inexistente
Percebo que nem me ouço mais
Pobre da minha mente!
Afundo-me nos meus próprios conceitos
Subverto-me e submeto-me ao nada
Que como tudo se configura e me afoga
E adentro interiores desconhecidos
Com paredes altas e cabulosas
Das quais tento subir e morro
E minhas unhas arranham sangue e folha
E musgo, refluxo e regurgito-me
Proponho e provoco dores, marcas
Nunca dantes vistas,
Revista e invista
E invada, na busca de uma saída
E largue sua vida parca
Continuo e ando
Como antes - quando?
não em bando
Ou vou remando?
Não se sabem se por estradas
terrestres ou fluviais
A vida distribui-se por si
e por seus circunscritos canais
Ou ainda por vias aladas
Nas quais podemos enxergar
O vento, sua estrada.
Sem a esperança de me achar
Ou de ao menos tentar fazer
Não me escuso ou fujo do fim
Só acho que ele ainda
não é para mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente, construa, sete ideias.
E retorne sempre! Gracias ~