Combo - três poesias em um post

Faz tempo que não postava!
Mas em compensação, vem um combo agora.
Três poesias.

Uma que não se concluiu, mas preciso postá-la ou vai se perder.

Um haikai que se perdeu (logo não está aqui), mas precisava registrar que ele foi existente.
Uma poesia que saiu. Achei até bonitinha.

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(Ainda sem título. Poesia 001)


que vida lúgubre,

a da barata.
vivendo nos resquícios do imprestável
nas vielas do mundo
no mais profundo da sujeira.

paradoxalmente,

que símbolo
de vida
(por que vida é resistência)
ela é.

[ou algo assim: sonhos da madrugada de 21/09/13]


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(Caminhar. Poesia 003)


Andava

e quando me voltei
vi chão revolvido,
mas não vi passos.

Corri,

até com firmeza.
E quando me voltei
vi o ar perturbado
mas não vi suor
ou movimento.

Parei e notei:

eu nem estava lá.
Era preciso
dar um passo após o outro
(correr quando preciso e
saber andar devagar)
pra deixar marcas.

[reflexões do dia 02/10/13]

Direito à cidade

Ruas
que podem ser:
caminhos que lhe levam
ou caminhos que nos concentram;

caminhos que são meio

caminhos que são fim (culminância);

caminhos estacionados

caminhos que pulsam;

caminhos indiferentes,

que mediam a diferença
caminhos relevantes,
que mediam a mudança.

Caminhos que abrigam

todas as possibilidades impossíveis.

[Pensando nas aulas de Antropologia Urbana e nesse fervilhar de movimentos de rua]
Saudade de postar aqui.
Mas estou numa fase Rimbaud.
Não posto e a vontade de queimar meus escritos é insistente.

Possível caminho biológico da ação

Preciso de um cérebro furado,
para que as minhas ideias
possam escoar até o coração,
(passando, verbalizadas, pela garganta)
que em seu movimento
de sístole e diástole
os transforme em vivos
pulsando por todo meu corpo

[06-02-2013 às 16:15]