Caminhando sobre duas pernas de pau.
Oscilando sobre duas pernas de pau.
Equilibrando em duas pernas de pau.
'Malabarizando' em duas pernas de pau;
Cinco ou seis bolinhas de aço.
Quase caem.
Cinco ou seis bolinhas de aço.
Quase lhe fazem cair.
E olha do alto:
Uma criança lhe fita animada.
E olha do alto:
Seu chapéu, sem nenhuma moeda.
Com indiferença.
Como nós:
No nosso alto.
Com indiferença.
Sempre medo.
Sempre mudos.
... a primeira etapa do cozimento. (fragmentos escritos dos sons palavreados, idéias desvanecidas e vicissitudes)
Biografia
Eis que nasceu:
Era pequeno, feio
Era plebeu.
Eis que cresceu:
Era maior, magro
Era plebeu.
Eis que não evoluiu:
Morreu silenciosamente
Virou pó, sumiu
Não incomodou gente
Calado. Sem nenhum pio.
Eis que alma virou.
Ainda com toda a miséria,
Amava a desgraça humana:
Reencarnou.
Era pequeno, feio
Era plebeu.
Eis que cresceu:
Era maior, magro
Era plebeu.
Eis que não evoluiu:
Morreu silenciosamente
Virou pó, sumiu
Não incomodou gente
Calado. Sem nenhum pio.
Eis que alma virou.
Ainda com toda a miséria,
Amava a desgraça humana:
Reencarnou.
Gente?
Gente
Gentilidade.
Gentescer.
Cansei.
Ser gente cansa.
Seja bicho.
Bicha, animal.
Animal que pensa.
E grite ui!
E ria.
E coloque os pés para cima...
Seja livre e faça o que quiser!
Não me leia, não me ouça.
Deixe de ser gente.
Ordens, papéis a fazer.
Posições a tomar.
Rumos a seguir.
Gente! Chega.
Gente - gentil.
( Ser gente cansa... )
Fim.
Gentilidade.
Gentescer.
Cansei.
Ser gente cansa.
Seja bicho.
Bicha, animal.
Animal que pensa.
E grite ui!
E ria.
E coloque os pés para cima...
Seja livre e faça o que quiser!
Não me leia, não me ouça.
Deixe de ser gente.
Ordens, papéis a fazer.
Posições a tomar.
Rumos a seguir.
Gente! Chega.
Gente - gentil.
( Ser gente cansa... )
Fim.
De Heráclito
E dentro de minhas veias dantes vazias-famintas, abundam agora rios de sangue.
Vermelho, roxo, preto... de tão vermelhos.
E não sei de onde eles vêm, nem o sentido que percorrem - mas existem e devoram com veracidade os finos capilares que entrecortam meus músculos.
São como o rio de Heráclito: suas águas mudam sempre.
Mudam não sei o quê, nem para onde.
Isso se esse sangue for meu.
Vermelho, roxo, preto... de tão vermelhos.
E não sei de onde eles vêm, nem o sentido que percorrem - mas existem e devoram com veracidade os finos capilares que entrecortam meus músculos.
São como o rio de Heráclito: suas águas mudam sempre.
Mudam não sei o quê, nem para onde.
Isso se esse sangue for meu.
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