Gosto do litoral

Olhando para o mar
E para a infinitude de grãos de areia
Tantas coisas interrogo

Perdida no silêncio das ondas
Na longevidade do horizonte
Tantas coisas exclamo

O beijo do vento
O abraço salgado da água
De tantas coisas me lavam
De tantas saudades me curam

Coisas do movimento-
mecânico da praia que salga,
tempera as angústias e reflexões
com sua infinitude e suas próprias razões.

Beija flor


Provava feito beija flor
De todas aquelas informações
Fontes inesgotáveis

Precisava de muito néctar 
(asas que continuam farfalhando)
E por isso sempre insistia
no néctar fast food:
pra não se manter de fora.

Por vezes ignorava o pólen 
que se impregnava
no seu beijar

O pólen no beija flor globalizado
Era por vezes nocivo
A flor que lhe recebia o beijo,
em real um bebedouro plástico

Mas seguia o beija flor
No seu vôo
Certo de que não haviam 
armadilhas.