... a primeira etapa do cozimento. (fragmentos escritos dos sons palavreados, idéias desvanecidas e vicissitudes)
Opiniões nada objetivas de objetos
Meu relógio
me fitava
confuso sobre
a falta de tempo
que tenho,
quando não faço nada.
Meu guarda chuva
lamentava,
pois quando eu o usava
não sabia dividi-lo
e quando o esquecia,
não sabia aproveitar
a chuva que me molhava.
Meus pratos se assustavam
com a falta de utilidade
característica deles.
Eu sou só uma,
(eles observavam)
e eles vários,
vazios,
amontoados,
quando tantos passam fome.
Minha lixeira
se sobressaltava
com a quantidade de coisas
que eu considerava
inutilizáveis...
Mesmo reciclando tudo;
mesmo com minha vida sustentável.
Minha lâmpada da sala
iluminava calada,
mas pensava alto
que o seu clarão deveria
atravessar minhas ideias.
E eu
imaginativa
imaginava
que os objetos imaginavam.
Não notava eu
que eram reflexões
devido o tempo que me sobra,
eu não dividiria,
não alimentaria nada,
(nem a mim, nem ao outro)
jogaria no lixo,
pois não permitia que me iluminassem.
Acima de tudo,
esquecia eu,
que os objetos não são meus...
E que ilusória é
essa propriedade.
[21/11/12, Inspirada em uma tirinha]
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