Compra

Depois de muito
tempo guardado,
escondido, reservado.
Sai para a vida
Larga-se, desprevenida

Mas vem um, vem dois
vem três.
E um certo freguês a
Compra,
cheio de pompa,
cheiro leve de tulipa
Maçãs e linho.

Gelado, no frio.
Gelado no calor.
Impávido, todo brio,
derrama-se perante ti.
Numa vontade ordinária
Numa lascívia nada vulgar:
Vestida de um vermelho
Como o sangue de sua jugular.
E tinge de alto a baixo.
Branco, transparente,
Fique sangue.
De a vira o.

E toques:
as marcas do seus dedos
Febris, doentios
estarão, como num copo,
No corpo.
E com avidez segure:
não largue, ou se quebra
e deslizando, espatifa
Então, cuidado!

Como numa cerimônia
enlouquecedora
sedutor te apresentas
para aliviar tormentas
e inebriar os mais
vis e sóbrios
seguros loucos e todos
os outros.

Devore com os olhos
educadamente.
E fundo, engula.
E aproxime os lábios
Da superfície que
ao contato se torna
quente,
surpreendente,
vivaz.
A evaporação se fará
latente
E ousadamente,
as gotas restantes te escorrerão
Pelas mãos, gelando-a.
Não escaparás,
pobre incapaz.
E a unidade do frio quente
do quente frio,
que deita-se tranquilamente
E ao descer garganta abaixo
Causará arrepio.
Ai de ti!
Pobre mortal,
não saberás nunca saborear
Então,
enlouqueça
até que esqueça do que não deverias lembrar.
Envaideça
Até que se torne o que deverias virar.
Um bêbado sem causa,
Calmando por mais
daquele recipiente
que compraste tão barato
Mas que se tornou tão
intransigente.

Foi seu toque que tornou
Foi presente que proporcionou
Foi o vermelho que causou
Da boca
e do vinho, a relação não-amor.
Puro serviço,
não pago, não oferecido.
Acontecido, a cor:
foi o que te enfetiçou.

[Fica registrado que ainda farei melhor.]

4 comentários:

  1. "Numa vontade ordinária
    Numa lascívia nada vulgar:
    Vestida de um vermelho
    Como o sangue de sua jugular.
    E tinge de alto a baixo.
    Branco, transparente,
    Fique sangue.
    De a vira o."

    bem... a princípio nem sei o que dizer..

    Desceu como uma coca-cola bem gelada... {ora, isso dá margem a várias interpretações}

    Até.. e escarre mais.. faz bem por o muco dos pulmões para fora.. mas para isso:

    SEDAVAN XAROPE .. ah esquece.. é uma propaganda aí..

    eheh

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  2. Poxa, esperava que ao menos você tivesse. hehe

    Propaganda?! Aaahhhh.
    Prefiro Licor de Cacau Xavier. Mais antigo (!)

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  3. Ahhh você me vem com algo 'devorador' e lascivo ao mesmo tempo:

    "Numa vontade ordinária
    Numa lascívia... Vestida de um vermelho
    Como o sangue de sua jugular... Fique sangue..."

    Nada suspeito. Mas por onde andastes nas noites de lua cheia Rii??

    eii SEDAVAN resolve - diz a propaganda... ou BISOLVON (se não errei o nome)... Vamos expelir o muco dos pulmões ehehe...

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  4. HAHAHA!
    Durante as noites de lua cheia estive em minha casa. Que eu saiba.

    VEI, QUAIS REMÉDIOS SÃO ESSES? Tenso.

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