Da melancólica (angústia) pluvial

Desde seu formato
A chuva luta contra o ar
Aquele que presente em todo lugar
Cede e dá passagem
Ao cortante pingo de água

Qual sua intenção, chuva?
Vencendo o onipresente
Dando no ar um tapa de luva?
Devassa, imagino sua angústia

Depois de vencer tão forte inimigo,
se perder, na superfície crua
que te recebe, te usa
se te agradece é permitindo-a
voltar vaporizada aos algodões celestes.

Pobre, podre e amaldiçoada
Tua angústia em servir e nunca ser servida
Pois todas as coisas necessitam
de ida e volta,
de prestações e préstimos.

Vós também, mesmo que não saibam
Coisas são.
E mesmo que não tenha o poder de
toque
Coisas são.
E indepentende de se dissolver no
contato
Coisas são.

Mas vá, chuva.
Continue.
E apesar de tudo:
chore.

2 comentários:

  1. Muito bom esse texto...

    E ainda me atenho a contemplar a chuva.. espetacular fenômeno físico... as vezes gostaria de fazer parte desta... e viajar em seu ciclo (ainda que monótono), para fundir em mim nossa monotonia e causar impacto quando sobrepujada e levada for a melancolia....

    Very Good ... voltou a postar.. Até mais posts (??!!).. hehe

    ResponderExcluir
  2. Aleluia! Um post!
    Saudades desse ar pensativo que está em torno deste blog.
    - Quanto a postagem:
    O tema não poderia ser melhor né :)
    A chuva: seu ciclo, sua queda, tudo é perfeito; até as possíveis falhas.

    Enfim, obrigada.

    :* Até o próximo.

    ResponderExcluir

Comente, construa, sete ideias.
E retorne sempre! Gracias ~