Do avesso,
Perene
Intacto e bulido.
Cansado estou
E cada dia tenho mais dissabores.
Diz-se dos sabores
Ocres e insossos
E no gargalo das garrafas
A serem tomadas, sente-se o gosto
Da atualidade.
Grito surdo
E me desdeixo incólume
Eco imundo
E me vejo definhado
Desfio os desafios
Dez a (cada) fio louco
E desfiado em torno
Do não me sou
Estranhado no espelho
- não me reconheço
Porque eu sou
um mudo,
e envelheço.
Pooxa Rithi, Parabéns mesmo!!! Fico muito feliz quando leio 'coisas' que me identifico.
ResponderExcluirGostei muito de seus poemas, são leves, musicados, "azulados", você veste a palavras e desfila com muita elegância.
Sua escrita me lembra Clarice, me fez sentir " o gosto da realidade" , ouvir "gritos surdos"... adorei mesmo!!!
Abraços!
Essa parte do 'estranhado' aí no fim me frusta tanto ç.ç
ResponderExcluirNossa Daniloo!
ResponderExcluirQue honra te ter aqui no blog hein ~
SE um dia eu escrever um terço do que Clarice escrevia... Com as palavras vivas e auto suficientes que ela usava... haha!
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Pois foi uma das partes que mais gostei... aiai.