Pandora

Vielas escurimundas.
Foi nelas que eu adentrei.
E caminhei por elas.
Por longo tempo, depois cansei.

Encontrei uma caixa.
( empoeirada. Antiga? Não sei.
O que fazer? Pagar uma taxa.
Alta? Talvez. Eu a comprei.

Por qual motivo minha curiosidade se controlou?
Talvez medo do que pudesse ver? Indecisão...
Não sei quanto depois enfim, a coragem me tomou.

Só percebi que a caixa era minha, ó Pandora.
Bem feito, fiz como tu. Abri o que não devia
( sem saber que mo pertencia.

Por fim, constatei de que há coisas obscuras,
desconhecidas por nós, e que somos dados a donos.
Não só caixas ou pecados como o que cometestes, tola!
E mais do que não sabermos sobre as tais:

É melhor que não tenhamos conhecimento delas.
Ou, mais apuradamente
Melhor que não as procuremos.
Ou, ao fazer, não nos arrependamos.
- Como fizeste tu, ao deixar, a esperança, a nós o esperar.

2 comentários:

  1. Queria ter uma caixa de Pandora nas mãos, na verdade, queria ter o perigo nas mãos;

    Isso é poesia moderna?

    ResponderExcluir
  2. Pandora.. caixas.. o que esse povo ver em caixas??? um caixão é mais amplo: cabe tudo e mais um pouco, cabe a vida: o corpo, a alma e o espírito... ou não retém a alma nem o espírito, mas cabe o terno, o vestido, o ouro, a desgraça a dor(agora longe), o odor... perfeito odor de quem é consumido pelas cadaverícolas...

    ResponderExcluir

Comente, construa, sete ideias.
E retorne sempre! Gracias ~